Quando o caos gera a crise

Sejam bem-vindos!

Com uma escrita mais literária, trago hoje uma situação vivida na cidade de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, após um forte período de chuvas que atingiram a região recentemente. Destaco que essa foi a segunda situação enfrentada pelos moradores do município em pouco mais de um ano.

Boa leitura!

Os indicativos meteorológicos, somados aos constantes avisos da Defesa Civil, agitavam a imprensa na mesma medida que causavam preocupação na população. Uma semana conturbada, onde o governo estadual, assim como os municípios, se preparavam para o enfrentamento de uma grande crise prevista para o fim de semana.

No intervalo de 12 horas, aproximadamente 100mm de água caindo do céu deixavam a população de Tubarão e região em agonia, já que o volume é equivalente ao previsto para o mês inteiro. Um filme vivido por diversas pessoas há pouco mais de um ano era projetado na cabeça daqueles que foram afetados pelas chamadas “cheias de maio”, catástrofe que atingira a cidade em 2022.

Entre os dias 7 e 8 de outubro de 2023, tudo aquilo acontecia de novo. Os estragos causados pelas volumosas chuvas, fizeram com que 256 pessoas saíssem de suas casas e procurassem abrigos montados pela prefeitura, sem contar aqueles que foram atrás de familiares e amigos em regiões mais altas de Tubarão.

Em termos de gestão de crise, a prevenção se torna uma das principais medidas a ser tomada quando a mesma não pode ser evitada. A chuva que já caía na cidade durante a semana, junto da previsão do tempo para os próximos dias, fez as autoridades agirem. Algumas divulgações sobre a testagem das bombas de macrodrenagem instaladas em alguns pontos de Tubarão, assim como possíveis abrigos que já eram discutidos e também a constante divulgação dos números de emergência fizeram parte da rotina de quem acompanhava os canais oficiais da prefeitura e também da imprensa, de forma geral.

Ainda que muitas ruas foram tomadas pela água e incontáveis danos materiais causados aos cidadãos, felizmente nenhuma vida foi perdida na cidade. O Grupo de Ações Coordenadas (GRAC), formado por representantes de diversas entidades civis e militares, atuou durante todo o fim de semana, inclusive planejando as próximas ações e abrindo as portas para a mídia, que participou ativamente nas coletivas, procura pelos posicionamentos oficiais, divulgação com fotos e vídeos do nível do rio que corta a cidade e matérias atrás de matérias atualizando a população com o que acontecia.

Ruas e pontes foram fechadas e abertas, escolas e unidades de saúde suspenderam aulas e atendimentos, estabelecimentos fecharam mais cedo e pessoas tiveram que sair de suas casas. Tudo isso sob um céu que não parava de mandar água.

Em uma escala maior, o Governo do Estado também passou por uma grande crise, afinal em muitas cidades, os estragos foram ainda maiores do que em Tubarão. Sem dúvidas, Santa Catarina chorou em um caótico fim de semana que entrou para a história do Estado.